Monteiro Lobato
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Monteiro Lobato
|
Monteiro Lobato na Cia. Editora Nacional.
|
Nascimento
|
|
Morte
|
|
Ocupação
|
|
Nacionalidade
|
Brasileiro
|
É
provavelmente o livro mais original que já se escreveu sobre o assunto, pois
a língua é figurada como um país, o "País da Gramática",
povoado por sílabas, pronomes, numerais, advérbios, verbos, adjetivos, substantivos, preposições, conjugações, interjeições...
Alguns
críticos afirmam que o motivo para Lobato escrever este livro foi "vingança",
por ter sido reprovado aos quatorze anos de idade na prova de Português.
Capítulos
1. Uma
ideia da senhora Emília
2. Portugália
3. Gente
importante e gente pobre
4. Em
pleno mar dos Substantivos
5. Entre
os Adjetivos
6.
Na casa dos Pronomes
7. No
acampamento dos Verbos
8. Emília
na casa do Verbo Ser
9. A
tribo dos Advérbios
10.
As Preposições
11. Entre
as Conjugações
12. A
casa da gritaria
14. Uma
nova Interjeição
15. Emília
forma palavras
16. O
susto da velha
17. Gente
de fora
19. As
figuras de Sintaxe
23. E
o Visconde?
Na história, Monteiro Lobato consegue transformar uma matéria tão árida como a Aritmética em uma
linda brincadeira no pomar, onde o quadro-negro em que faziam contas era o
couro do Quindim.
Neste
livro, as crianças aprendem sobre números decimais, frações, como
transformar frações em números decimais, soma, subtração, multiplicação de
números decimais, frações e números mistos e comuns.
Aprendem também sobre o mínimo
múltiplo comum, números romanos, quantidades, dinheiros antigos e de
outros países, de onde vieram os números 1, 2, 3..., números complexos como raiz quadrada, entre
outros.
É
um livro indicado para crianças entre a 3ª e a 5ª série escolar.
Capítulos
1. A ideia do Visconde
2. Os
artistas da aritmética
3. Mais
artistas da aritmética
4. Manobras
dos números
5. Acrobacias
dos artistas arábicos
6. A
primeira reinação
7. A
segunda reinação
8. A
terceira reinação
9. Quindim
e Emília
10. A
reinação da igualdade
11. As
frações
12. Mínimo
múltiplo
13. Somar
frações
14. Subtrair
frações
15. Multiplicar
frações
16. Dividir
frações
17. Os
decimais
18. As
medidas
19. Números
complexos
José Bento Renato Monteiro Lobato
Taubaté, 18 de
abril de 1882 – São Paulo, 04 de
julho de 1948.
Foi um dos mais influentes escritores brasileiros do século
XX.
Foi um importante editor de
livros inéditos e autor de importantes traduções. Seguido a seu precursor Figueiredo Pimentel ("Contos
da Carochinha") da literatura infantil brasileira, ficou popularmente
conhecido pelo conjunto educativo de sua obra de livros infantis, que
constitui aproximadamente a metade da sua produção literária. A outra metade,
consistindo de contos (geralmente sobre temas brasileiros), artigos, críticas,
crônicas, prefácios, cartas, um livro sobre a importância do petróleo e do ferro, e um
único romance, O Presidente Negro, o qual não alcançou a mesma
popularidade que suas obras para crianças, que entre as mais famosas destaca-se Reinações de Narizinho (1931), Caçadas de Pedrinho (1933) e O Pica-Pau
Amarelo (1939).
Contista, ensaísta e tradutor,
este grande nome da literatura brasileira nasceu na cidade de Taubaté, interior de São
Paulo, no ano de 1882. Formado em Direito, atuou
como promotor público até se tornar fazendeiro, após receber herança deixada
pelo avô. Diante de um novo estilo de vida, Lobato passou a publicar seus
primeiros contos em jornais e revistas, sendo que, posteriormente, reuniu uma
série deles no livro Urupês, obra
prima deste famoso escritor.
Em uma época em que os livros
brasileiros eram editados em Paris ou Lisboa,
Monteiro Lobato tornou-se também editor, passando a editar livros também no
Brasil. Com isso, ele implantou uma série de renovações nos livros didáticos e
infantis.
Este notável escritor é bastante
conhecido entre as crianças, pois se dedicou a um estilo de escrita com
linguagem simples onde realidade e fantasia estão lado a lado. Pode-se dizer
que ele foi o precursor da literatura infantil no
Brasil.
Suas personagens mais conhecidas
são: Emília, uma boneca de pano com sentimento e ideias independentes;
Pedrinho, personagem que o autor se identifica quando criança; Visconde de
Sabugosa, a sábia espiga de milho que tem atitudes de adulto, Cuca, vilã que
aterroriza a todos do sítio, Saci
Pererê e outras
personagens que fazem parte da inesquecível obra: O Sítio do Pica-Pau Amarelo, que até
hoje encanta muitas crianças e adultos.
Escreveu ainda outras incríveis
obras infantis, como: A Menina do Nariz Arrebitado, O Saci, Fábulas do Marquês
de Rabicó, Aventuras do Príncipe, Noivado de Narizinho, O Pó de Pirlimpimpim, Emília no País da Gramática, Memórias da Emília, O Poço do Visconde, e A Chave do Tamanho.
Fora os livros infantis, este
escritor brasileiro escreveu outras obras literárias, tais como: O Choque das Raças, Urupês, A Barca de Gleyre e O
Escândalo do Petróleo. Neste último livro, demonstra todo seu nacionalismo,
posicionando-se totalmente favorável a exploração do petróleo, no
Brasil, apenas por empresas brasileiras.
O editor e o escritor
Caricatura de Monteiro Lobato.
Em 1918, Monteiro Lobato comprou a Revista do Brasil e passou a dar
espaço para novos talentos, ao lado de pessoas famosas. Tornou-se, dessa forma,
um intelectual engajado na causa do nacionalismo, a qual
dedicou uma preocupação fundamental, tanto na ficção quanto no ensaio e no
panfleto. Crítico de costumes, no qual não faltava a nota do sarcasmo e da
caricatura, de sua obra elevou-se largo sopro de humanidade e brasileirismo.
Nas mãos de Monteiro Lobato, a Revista do Brasil prosperou e ele pode montar
uma empresa editorial, sempre dando espaço para os novatos e divulgando obras
de artistas modernistas.
Lobato também foi precursor de
algumas ideias muito interessantes no campo editorial. Ele dizia que "livro é sobremesa: tem que ser posto
debaixo do nariz do freguês". Com isso em mente, passou a
tratar os livros como produtos de consumo, com capas coloridas e atraentes, e
uma produção gráfica impecável. Criou também uma política de distribuição,
novidade na época: vendedores autônomos e distribuidores espalhados por todo o
país.
Primeiro seus livros foram
publicados pela Editora da Revista do Brasil. Assim, o livro Urupês, em sua
sexta edição em 1920, está registrado "Ed. da Revista do Brasil, São
Paulo, 1920". Na última capa consta: "Director Monteiro Lobato,
Secretario Alarico Caiuby", "A venda em todas as livrarias e no escritório
da Revista do Brasil".
Logo fundou a editora Monteiro
Lobato & Cia., depois chamada Companhia Editora Nacional, com a
obra O
Problema Vital, um conjunto de artigos sobre a saúde pública, seguido pela tese O Saci
Pererê: Resultado de um Inquérito. Privilegiava a edição de
autores estreantes como a senhora Leandro Dupré, com o sucesso "Éramos
Seis". Traduziu também muitos livros e editou obras importantes e
polêmicas como "A Luta pelo Petróleo", de Essad Bey, para o qual fez
uma introdução tratando da questão do petróleo no Brasil.
Em julho de 1918, dois meses
depois da compra, publicou em forma de livro Urupês, com retumbante sucesso e
alcançando grande repercussão ao dividir o país sobre a veracidade da figura do
caipira, fiel para alguns, exagerada para outros. O livro chamou a atenção de Rui
Barbosa que, num
discurso, em 1919, durante
a sua campanha eleitoral, reacendeu a polêmica ao citar
Jeca Tatu como um "protótipo do camponês brasileiro, abandonado à miséria
pelos poderes públicos". A popularidade fez com que Lobato publicasse, nesse
mesmo ano, Cidades
Mortas e Ideias de
Jeca Tatu.
Em 1920, o conto Os
Faroleiros serviu de
argumento para um filme dirigido pelos cineastas Antônio Leite e
Miguel Milani. Meses depois, publicou Negrinha e A Menina
do Narizinho Arrebitado, sua primeira obra infantil, e que deu origem a Lúcia, mais
conhecida como a Narizinho do Sítio do Pica-Pau
Amarelo. O livro foi lançado em dezembro de 1920 visando aproveitar a
época de Natal. A capa e os desenhos eram de Lemmo Lemmi, um famoso ilustrador da época.
Em janeiro de 1921, os anúncios na imprensa noticiaram a distribuição de exemplares
gratuitos de A Menina
do Narizinho Arrebitado nas
escolas, num total de 500 doações, tornando-se um fato inédito na indústria
editorial. Fora atendendo um pedido do presidente de São Paulo, Dr. Washington
Luís, de quem Lobato era admirador, que fizera o livro. O sucesso
entre as crianças gerou continuações: Fábulas
de Narizinho (1921), O Saci (1921), O Marquês de Rabicó (1922), A Caçada da Onça (1924), O Noivado de Narizinho (1924), Jeca Tatuzinho (1924) e O Garimpeiro do Rio das Garças (1924), entre outros.
Tais novidades repercutiram em
altas tiragens dos livros que editava, a ponto de dedicar-se à editora em tempo
integral, entregando a direção da Revista do Brasil a Paulo
Prado e Sérgio
Millet. A demanda pelos livros era tão grande que ele importou mais máquinas
dos Estados Unidos e da Europa para aumentar seu parque gráfico. Porém, uma
grave seca cortou o fornecimento de energia elétrica, e a gráfica só podia funcionar dois dias por semana. Por
fim, o presidente Artur
Bernardes desvalorizou
a moeda e suspendeu o redesconto de títulos pelo Banco
do Brasil, gerando um enorme rombo financeiro e muitas dívidas ao escritor.
Lobato só teve uma escolha:
entrou com pedido de falência em julho de 1925. Mesmo assim não significou o fim de seu projeto editorial. Ele
já se preparava para abrir outra empresa, a Companhia Editora Nacional, em
sociedade com Octalles Marcondes e, em vista disso, transferiu-se para o Rio de Janeiro.
Os "produtos" dessa
nova editora abrangiam uma variedade de títulos, inclusive traduções de Hans
Staden e Jean de
Léry. Além disso, os livros garantiam o "selo de qualidade"
de Monteiro Lobato, tendo projetos gráficos muito bons e com enorme sucesso de
público.
A partir daí, Lobato continuou
escrevendo livros infantis de sucesso, especialmente com Narizinho e outros
personagens, como Dona
Benta, Pedrinho, Tia
Nastácia, o boneco de sabugo de milho Visconde de Sabugosa e Emília, aboneca
de pano.
Além disso, por não gostar muito
das traduções dos livros europeus para crianças, e sendo um nacionalista
convicto, criou aventuras com personagens bem ligados à cultura brasileira, recuperando inclusive costumes
da roça e lendas do folclore.
Mas não parou por aí. Monteiro Lobato pegou essa mistura de personagens brasileiros e os enriqueceu, "misturando-os" a personagens da literatura universal, da mitologia grega dos quadrinhos e do cinema.
Livros
infantis
O livro que lançou Lobato foi
"A menina do narizinho arrebitado", em 1920, nunca reeditado, exceto
em uma pequena edição fac simile em 1981, e hoje considerada uma obra rara
tanto a primeira edição quanto a edição fac simile. A maioria das histórias
de seus livros infantis se passavam no Sítio do Pica-Pau Amarelo, um sítio no interior do Brasil, tendo como uma das
personagens a senhora dona da fazenda Dona
Benta, seus netos Narizinho e Pedrinho e a empregada Tia
Nastácia. Esses personagens foram complementados por entidades criadas ou
animadas pela imaginação das crianças na história: a boneca irreverente Emília e o aristocrático boneco de sabugo de milho Visconde de Sabugosa, a vaca Mocha, o burro Conselheiro, o porco Rabicó e o rinoceronte Quindim.
No entanto, as aventuras na
maioria se passam em outros lugares: ou num mundo de fantasia inventados pelas
crianças, ou em histórias contadas por Dona Benta no começo da noite. Esses
três universos são interligados para as histórias e lendas contadas pela avó
naturalmente se tornarem cenário para o faz-de-conta, incrementado pelo
dia-a-dia dos acontecimentos no sítio.
Frases de
Monteiro Lobato
- "De escrever para
marmanjos já estou enjoado. Bichos sem graça. Mas para crianças um livro é todo
um mundo".
- "É errado pensar que é a
ciência que mata uma religião. Só pode com ela outra religião".
- "O livro é uma mercadoria
como qualquer outra; não há diferença entre o livro e um artigo de alimentação.
(...) Se o livro não vende é porque ele não presta".
- "Tudo tem origem nos
sonhos. Primeiro sonhamos, depois fazemos".
Coleção
Sítio do Pica-Pau Amarelo
Alguns foram incluídos,
posteriormente, nos livros da série O Sítio
do Pica-Pau Amarelo. Os primeiros foram compilados no volume Reinações de Narizinho, de
1931, em catálogo apenas como tal até os dias atuais.
- 1920 - A menina
do narizinho arrebitado
- 1921 - Fábulas de
Narizinho
- 1921 - Narizinho
arrebitado (incluído em Reinações de Narizinho)
- 1922 - O marquês
de Rabicó (incluído em Reinações de Narizinho)
- 1924 - A caçada
da onça
- 1924 - Jeca
Tatuzinho
- 1924 - O noivado
de Narizinho (incluído em Reinações de Narizinho, com o
nome de O casamento de
Narizinho).
- 1928 - Aventuras
do príncipe (incluído em Reinações de Narizinho)
- 1928 - O Gato
Félix (incluído em Reinações de Narizinho)
- 1928 - A cara de
coruja (incluído em Reinações de Narizinho)
- 1929 - O irmão de
Pinóquio (incluído em Reinações de Narizinho)
- 1929 - O circo de
escavalinho (incluído em
“Reinações de Narizinho, com o nome O circo de cavalinhos”).
- 1930 - A pena de
papagaio (incluído em Reinações de Narizinho)
- 1931 - O pó de
pirlimpimpim (incluído em Reinações de Narizinho)
- 1933 - Novas
reinações de Narizinho
- 1938 - O museu da
Emília (peça de teatro,
incluída no livro Histórias
diversas).
Tradução e adaptação de livros infantis:
Lobato também traduziu e adaptou
os livros infantis:
- Contos de Grimm,
- Novos Contos de Grimm,
- Contos de Anderson,
- Novos Contos de Anderson,
- Alice no País das Maravilhas,
- Alice no País dos Espelhos,
- Robinson Crusoé,
- Contos de Fadas e
- Robin Hood.
Livros
para adultos
- O Saci-Pererê: resultado de um
inquérito (1918)
- Urupês (1918)
- Problema vital (1918)
- Cidades
mortas (1919)
- Ideias de Jeca Tatu (1919)
- Negrinha (1920)
- A onda verde (1921)
- O macaco que se fez homem (1923)
- Mundo da lua (1923)
- Contos escolhidos (1923)
- O garimpeiro do Rio das Garças (1924)
- O Presidente Negro/O choque (1926)
- Mr. Slang e o Brasil (1927)
- Ferro (1931)
- América (1932)
- Na antevéspera (1933)
- Contos leves (1935)
- O escândalo do petróleo (1936)
- Contos pesados (1940)
- O espanto das gentes (1941)
- Urupês, outros contos e coisas (1943)
- A barca de Gleyre (1944)
- Zé
Brasil (1947)
- Prefácios e entrevistas (1947)
- Literatura do minarete (1948)
- Conferências, artigos e crônicas (1948)
- Cartas escolhidas (1948)
- Críticas e outras notas (1948)
- Cartas de amor (1948)
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Monteiro_Lobato